sábado, 4 de julho de 2009

O Poeta.

Como é brutal ter diante de nós uma folha de papel em branco. Como é difícil começar a
escrever e, mais terrível, acabar algo que não sabemos como vai terminar. Que sensações
irão produzir a quem estiver a ler o que escrevemos?
Por isso é que não quis ser escritor. É por isso que sou poeta. Não necessito da folha para
nada, e muito menos do papel. Detesto o branco.
Quando faço um verso apenas tenho a minha boca como instrumento de escrita, e tu serás
a minha folha de papel, de início em branco. Mas, depois de ouvires o que tenho para te
dizer em forma de verso, transformas-te em arco-íris. Ao sentires todas as minhas palavras
carregadas de emoções em forma de verso, falsas ou verdadeiras, pouco importa. Apenas
interessa o que estás a sentir. Podes mentir no que sentes, mas eu saberei a verdade no
momento. Basta para isso olhar nos teus olhos.
É por isso que a vida de um escritor é inglória. Nunca irá sentir, e muito menos ver, o que tu
estás a sentir neste preciso momento.