sábado, 4 de julho de 2009

A dedicatória.

Poderia escrever uma dedicatória, talvez esse fosse o objectivo, mas como gosto de projectar
diferentes realidades resolvi escrever uma história sobre ti.
Pode ser verdadeira ou apenas fruto da minha imaginação, mas numa coisa podes crer,
é como se de uma tela tratasse, com o teu rosto imbuído em tons de azul. Como não fui
abençoado pelo dom do desenho, fiquei pelo conto. Só espero que gostes dos diferentes
tons de azul. Contudo, o teu rosto em perfil encontra-se desenhado, basta ler com alguma
atenção.
A única maneira de eu saber que um dia irás receber esta dedicatória em forma de tela
escrita com o teu rosto é coloca-la numa garrafa de cerâmica cozida nos fornos de Saturno e
jogá-la ao mar. O mesmo mar que circunda a ilha onde tu nasceste e da qual um dia partiste,
sem partilhares a dor da despedida com alguém.
Talvez um dia a queiras abrir quando a encontrares. Até lá deixa-me sentir saudades tuas.
Se também sentires saudades minhas, volta a tapar e devolve novamente ao mar.
Certamente que um pescador a irá recolher nas suas redes de pesca e irá criar uma nova
deusa com o teu nome. Todos irão desconhecer o significado desse estranho nome excepto
eu, que o criei só para ti.